A vida para os outros

Vivemos nossa vida no automático. Tudo segue um roteiro. Nascemos, vamos para a escola, nos formamos, fazemos faculdade, namoramos, casamos, temos filhos e morremos. Ai de quem ousar quebrar o padrão.

As pessoas a todo momento nos dizem o que fazer. Muitas vezes nem sabemos o motivo de fazer tal coisa, só sabemos que devemos fazer e ponto. Com o tempo isso acaba virando rotina, tanto que nem percebemos o quanto estamos robotizados no dia a dia. Muitos jovens escolhem um curso na faculdade apenas para agradar os pais, ou somente por questão de status. Outros namoram alguém que nem gostam de verdade, mas está com a pessoa por aparências, pela reputação.

São muitos os exemplos, e nenhum de nós está livre. É incrível como queremos mostrar a todo custo para os outros que estamos mais felizes do que realmente estamos, que nossa vida é perfeita, que não ficamos tristes. Dá até um certo alívio quando percebemos que não é só a gente que passa por momentos ruins.

E a consequência de tudo isso é que não vivemos nossa vida para nós, vivemos para os outros. Não apreciamos as pequenas coisas da vida, não nos encantamos pelo simples. Tudo se resume a curtidas, à aprovação do outro, de como o outro nos enxerga. Tudo se resume ao mundo externo.